Em Muriaé, o enfrentamento à sífilis é uma das plataformas de trabalho do setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde.

O último boletim informativo anual mostrou que, entre janeiro e dezembro de 2022, a cidade registrou os seguintes números:

– Casos de sífilis adquirida: 110
– Casos de sífilis em gestantes: 16
– Casos de sífilis congênita: 02

Os dados revelam ainda outras informações:

– Dentre os 110 pacientes de sífilis adquirida atendidos no ano passado, 61 eram homens e 49 eram mulheres.

– Já entre as 16 gestantes que foram diagnosticadas com sífilis, 9 foram diagnosticadas no 1º trimestre, 2 no 2º trimestre e 5 no 3º trimestre de gravidez.

– 69% dos parceiros de gestantes que tiveram sífilis passaram pelo tratamento medicamentoso, enquanto 31% não quiserem ou não foram encontrados para ter acesso ao tratamento.

– Nenhuma das 02 crianças de até um ano de idade que nasceram com sífilis congênita veio a óbito.

Veja o boletim completo:

Sobre a doença – A sífilis é uma IST – Infecção Sexualmente Transmissível – curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

A transmissão pode ocorrer por relação sexual sem preservativo com uma pessoa infectada ou ser transmitida para a criança durante a gestação e parto, podendo apresentar consequências severas, como abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido.

A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento da sífilis, sendo a única droga com eficácia documentada durante a gestação. Considera-se tratamento adequado para a gestante o uso de penicilina benzatina na dosagem de 2.400.000 UI para casos de sífilis recente e 7.200.000 UI para casos de sífilis tardia.

O tratamento do parceiro juntamente com a gestante é crucial para o sucesso terapêutico bem como para a prevenção da transmissão da sífilis para o bebê.

O Brasil, assim como muitos países, apresenta uma reemergência da doença. Diante disso, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno e adequado da sífilis adquirida, em gestantes e sífilis congênita, são determinantes para impactar na redução da morbimortalidade.